Qual é o verdadeiro mascote do Bahia?

O futebol, além de ser um esporte apaixonante, está repleto de tradições e símbolos que alimentam o orgulho dos torcedores. Um dos aspectos mais cativantes é a identidade visual de um clube, que inclui suas cores, escudo e, é claro, o mascote.

No caso do Esporte Clube Bahia, um dos clubes mais antigos e tradicionais do Brasil, a história do mascote é tão rica quanto a própria história do clube.

As Origens do Esporte Clube Bahia

O Esporte Clube Bahia foi fundado em 1931 e, desde o início, demonstrou seu domínio no cenário esportivo do estado da Bahia.

No entanto, o apelido “Esquadrão de Aço” só apareceu mais tarde, em 1946. Este apelido, que se tornaria uma parte essencial da identidade do clube, surgiu após uma vitória esmagadora por 7×2 sobre o São Paulo, conhecido na época como o “Esquadrão da Fé”.

O jornal “A Tarde” estampou a manchete “Esquadrão de Aço”, um título que agradou e se popularizou entre a torcida.

O Surgimento do Super-Homem

Com o apelido “Esquadrão de Aço” ganhando popularidade, surgiu a oportunidade de criar um mascote que representasse essa imagem de força e resiliência. Foi então que o renomado cartunista Ziraldo, famoso por criar o “Menino Maluquinho”, teve uma ideia brilhante.

Percebendo a similaridade entre as cores e o nome do Bahia com o icônico “Superman”, conhecido como o “Homem de Aço” e que também ostenta as cores azul, vermelho e branco, Ziraldo decidiu criar um mascote que combinasse com o apelido do clube.

Em 1979, Ziraldo deu vida ao Super-Homem de Aço do Bahia. Com sua carinha alegre e visual marcante, o mascote rapidamente conquistou o coração dos torcedores e se tornou uma figura icônica associada ao clube.

Em seu filme “Bahia minha vida”, Ziraldo compartilhou suas inspirações por trás da criação do Super-Homem de Aço: “A gente tem um super-herói humano, capaz de dar grandes alegrias e suportar grandes tristezas.

Como a vida é. Sobre a carinha alegrinha é exatamente porque ele é um menino, é um super-herói menino.

Lindona da Bahêa: Uma Mascote com Causa Nobre

O Esporte Clube Bahia sempre esteve envolvido em questões sociais importantes. Em 2014, em um período marcado por mais uma luta contra o racismo, o clube lançou uma nova “mascota” para conscientizar e aumentar a identificação com a torcida.

Nei Costa, um talentoso desenhista, criou a “Lindona da Bahêa”, inspirada na Mulher-Maravilha, com traços africanos.

Essa nova mascote foi concebida não apenas como um símbolo do clube, mas também como um meio de promover a conscientização sobre a luta contra o racismo.

Salvador, a cidade do Bahia, tem a maior população negra fora da África, com 82% de sua população sendo composta por pessoas negras. Portanto, a escolha de uma mascote que reflete a diversidade da cidade e promove a igualdade racial é altamente significativa.

A Identidade em Evolução do Esporte Clube Bahia

A história dos mascotes do Esporte Clube Bahia ilustra como a identidade de um clube pode evoluir ao longo do tempo, refletindo não apenas sua paixão pelo esporte, mas também sua conexão com a comunidade e sua busca por valores mais amplos, como a igualdade e a justiça social.

O Super-Homem de Aço, com suas cores vibrantes e visual cativante, continua a ser uma figura querida para os torcedores mais antigos, lembrando-os das glórias passadas do clube.

Por outro lado, a Lindona da Bahêa, com sua mensagem de inclusão e luta contra o racismo, representa o compromisso do Bahia com uma sociedade mais justa e igualitária.

A Dualidade dos Mascotes

A dualidade entre o Super-Homem de Aço e a Lindona da Bahêa levanta uma questão interessante: qual é o verdadeiro mascote do Bahia? A resposta a essa pergunta pode depender do ponto de vista de cada torcedor.

Alguns podem ver o Super-Homem de Aço como o mascote tradicional e icônico do clube, uma figura que evoca memórias de vitórias históricas e momentos emocionantes no futebol. Para esses torcedores, o Super-Homem de Aço é a personificação da paixão pelo Bahia.

Por outro lado, aqueles que valorizam a mensagem de inclusão e igualdade racial podem se identificar mais com a Lindona da Bahêa.

Ela representa um compromisso com a justiça social e a representatividade, lembrando a todos que o futebol é para todos, independentemente de sua origem ou cor de pele.

O Espírito do Esporte Clube Bahia

A dualidade dos mascotes do Esporte Clube Bahia reflete a riqueza da identidade do clube e sua capacidade de evoluir ao longo do tempo. O Super-Homem de Aço e a Lindona da Bahêa são dois símbolos igualmente importantes, cada um com sua própria história e significado.

O verdadeiro mascote do Bahia não é apenas uma figura de desenho animado; é o espírito de paixão, resiliência, igualdade e justiça social que une os torcedores em torno do clube. É a celebração da diversidade e a busca por um mundo onde todos possam jogar e torcer juntos.